o Mérito e a Democracia
Texto publicado no RNAm especial de eleição para diretor em 8/2007
Todos os setores da universidade participam na eleição dos cargos dirigentes. Entretanto, o peso que cada um dos setores tem na decisão é bastante diferente.
Tomemos como exemplo o nosso instituto: na eleição para a diretoria, participam 67 votantes: 59 professores (88% dos votos), 7 estudantes (10,5% dos votos) e 1 funcionário (1,5% dos votos).
Mesmo entre os professores a representação é diferente: os titulares, que são 23 professores, contam com 23 votos (18,85% dos professores, 39% dos votos dos professores) e os doutores e associados, que são 99 professores, com 36 votos (81,15% dos professores, 61% dos votos dos professores).
Com um breve olhar no peso eleitoral das diferentes categorias, nos salta aos olhos a alta representatividade dos Professores Titulares. Além de serem os únicos elegíveis para o cargo de diretor, são também os únicos que se representam diretamente: um professor, um voto.
A pergunta se coloca: Afinal, o que é um professor titular? Porque esses professores são os de maior peso nas decisões na Universidade? Professor titular é o cargo máximo que um professor pode atingir na carreira. Um cargo que é cedido pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo - ALESP - à Universidade, que as distribui entre os institutos.
Uma vez distribuído o cargo, realiza-se um concurso onde disputam os professores associados (livres-docentes) interessados.
O concurso é conduzido e julgado por professores que já sejam titulares, com base no mérito acadêmico, publicações etc. dos concorrentes.
As principais funções de comando da universidade são exercidas por esses titulares que permanecem com poder de voto nos colegiados até se aposentarem, além de serem os únicos elegíveis para os altos cargos. A universidade padece com a concentração de poderes nas mãos dessa parcela de professores, que se revezam nos principais postos de comando.
Como vimos, a justificativa para a promoção de um professor ao cargo de professor titular é meritocrática. Tal professor publica muito, tem uma linha de pesquisa importante etc. Entretanto, se esconde, por trás do mérito acadêmico, o poder político na Universidade, afastando qualquer possibilidade de gestão coletiva e democrática dessa importante instituição pública.
Ao atingir o cargo de titular, um professor imediatamente alcança um cargo político também. Se antes ele apenas servia a universidade com suas pesquisas e docência, agora ele passa a ser responsável pelas decisões administrativas, como se mérito acadêmico e decisões institucionais guardassem alguma relação.
3 Comments:
Ei, vocês estão sabendo sobre as mudanças para utilização do Centro de Biologia Marinha?
Você já ouviu falar da Univesp - Universidade Virtual Paulista?
Assista aos vídeos realizados pelo Coletivo de Comunicadores Populares sobre o debate que
ocorreu no dia 06-junho-2009 no Instituto de Economia da Unicamp, tendo como pauta Univesp (organização: CAECO).
Debateram: Prof. Sérgio Stocco (contrário à Univesp) e Prof. Gabriel Ferrato (favorável à Univesp).
Repasse o email! Ajude a divulgar!
Debate sobre a Univesp na Economia/Unicamp - Parte 1: contra a Univesp
http://www.youtube.com/watch?v=dCpKiVEDWsc
Debate sobre a Univesp na Economia/Unicamp - Parte 2: a favor da Univesp
http://www.youtube.com/watch?v=oEjvVMqzOpg
Debate sobre a Univesp na Economia/Unicamp - Parte 3: intervenções do público e
uma previsão surpreendente no final
http://www.youtube.com/watch?v=1vWq29q-2WI
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O Coletivo de Comunicadores(as) Populares surge para se opor ao modelo de comunicação
hegemônico intimamente atrelado ao funcionamento do sistema capitalista, criando canais de
comunicação popular entre os movimentos sociais e os(as) trabalhadores(as); surge do desejo
de falar, de romper o silêncio que nos é imposto cotidianamente.
Venha participar! Verifique nossas atividades em: www.camaracom.com.br/coletivo
Olá, aqui é a Rafaela da Letras.
As reuniões do grupo de estudos da UNIVESP normalmente ocorrem na sala 103 do prédio de Letras, às 15h.
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